Negociador do Japão diz ter feito progresso em discussões tarifárias com os EUA
Por Tim Kelly
TÓQUIO (Reuters) - O Japão fez algum progresso na quinta rodada de negociações comerciais com as autoridades dos Estados Unidos a fim de eliminar as tarifas que estão prejudicando a economia japonesa, disse o negociador-chefe de Tóquio na sexta-feira.
"As tarifas já foram impostas sobre automóveis, autopeças, aço e alumínio, e algumas delas dobraram para 50%, junto da tarifa geral de 10%. Isso está causando prejuízos diários à economia do Japão", disse Ryosei Akazawa, em Washington, após conversas com autoridades, incluindo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick.
Akazawa se recusou a dizer qual foi o progresso alcançado.
A mais recente rodada de negociações pode ser a última reunião presencial entre autoridades japonesas e norte-americanas antes da cúpula de líderes do G7, que começa em 15 de junho, onde o presidente dos EUA, Donald Trump, deve se encontrar com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba.
O Japão também pode enfrentar uma tarifa de 24% a partir de julho, a menos que consiga negociar um acordo com Washington.
"Queremos um acordo o mais rápido possível. A cúpula do G7 está em nosso radar e, se nossos líderes se reunirem, queremos mostrar o progresso que foi feito", disse Akazawa. "Ainda assim, devemos equilibrar a urgência com a necessidade de proteger nossos interesses nacionais", acrescentou.
No mês ado, o negociador comercial do Japão disse que as compras de equipamentos de defesa dos EUA, a colaboração em tecnologia de construção naval, a revisão dos padrões de importação de automóveis e o aumento das importações agrícolas poderiam ser moedas de troca nas negociações tarifárias.
Em uma tentativa de chegar a um acordo com os EUA, o Japão também está propondo um mecanismo para reduzir a alíquota da tarifa de automóveis com base na contribuição dos países para a indústria automobilística norte-americana, informou o jornal Asahi na sexta-feira.
Akazawa disse que a posição do Japão não mudou e que as tarifas não são aceitáveis.