Presidente do BC do Japão pede vigilância sobre riscos da inflação de alimentos
Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O Banco do Japão precisa estar atento ao risco de que o aumento dos preços dos alimentos possa elevar a inflação subjacente, que já está próxima de sua meta de 2%, disse o presidente do banco central, Kazuo Ueda, sinalizando disposição de continuar a aumentar os juros.
O banco central mantém a taxa de juros baixa uma vez que as expectativas de inflação, ou a percepção do público sobre os futuros movimentos de preços, estão entre 1,5% e 2% - um pico em 30 anos, embora ainda abaixo da meta de 2%, disse Ueda em um discurso em uma conferência organizada pela autoridade monetária.
Porém, um novo aumento nos preços dos alimentos, especialmente um salto de 90% no preço do arroz, está elevando não apenas a inflação geral, mas também a subjacente, que normalmente é influenciada por melhorias na economia e por um mercado de trabalho apertado, disse Ueda.
"Nossa visão básica é que os efeitos da inflação dos preços dos alimentos devem diminuir", disse ele.
"Entretanto, como a inflação subjacente está mais próxima de 2% do que há alguns anos, precisamos ter cuidado com o impacto que a inflação dos preços dos alimentos terá sobre a inflação subjacente", acrescentou.
Os comentários foram feitos no momento em que o Banco do Japão monitora de perto os riscos econômicos das tarifas mais altas dos Estados Unidos, bem como as pressões inflacionárias domésticas, para decidir quando retomar os aumentos da taxa de juros.
Embora o Banco do Japão tenha reduzido suas previsões devido às incertezas da política comercial, ele prevê que a inflação subjacente se aproxime gradualmente de sua meta de 2% na segunda metade de seu horizonte de previsão, que vai até o ano fiscal de 2027, disse Ueda.
"Conforme os dados recebidos nos permitirem ganhar mais confiança no cenário básico, à medida que a atividade econômica e os preços melhorarem, ajustaremos o grau de afrouxamento monetário conforme necessário", aumentando os juros, disse ele.