Peru investiga morte de americano após consumir ayahuasca na região amazônica
Autoridades peruanas iniciaram nesta quinta-feira (5) uma investigação pela morte de um turista americano que, durante um ritual de cura na Amazônia, consumiu ayahuasca, uma potente bebida alucinógena a base de plantas usada na medicina tradicional indígena, informou o Ministério Público.
Aaron Wayne Castronova, de 41 anos e natural do estado do Alabama, no sudeste dos Estados Unidos, morreu quando participava na segunda-feira de uma sessão de turismo espiritual em um albergue na região de Loreto, fronteiriça com Brasil e Colômbia.
"Após ingerir este produto [ayahuasca]", o homem "sofreu uma descompensação que o levou à morte", explicou à AFP Narciso López, médico legista do MP de Loreto.
A ayahuasca desencadeou "uma reação em múltiplos órgãos" no corpo do americano, segundo essa fonte.
O MP da província de Maynas, em Loreto, está a cargo da investigação que analisará se os organizadores do ritual estavam capacitados para a sua realização.
O albergue onde o homem morreu está situado em uma área remota da Amazônia peruana, na comunidade nativa de Santa María de Ojeda, no distrito de Alto Nanay e a umas cinco horas de viagem fluvial da capital regional Iquitos.
Nas regiões amazônicas de Loreto, Ucayalí e San Martín se desenvolve há mais de duas décadas uma indústria de turismo "psicodélico" ou espiritual em torno da ayahuasca.
Essa potente bebida ancestral é usada por povos indígenas amazônicos em rituais de cura espiritual. É elaborada com o cipó conhecido como jagube, combinado com outras plantas.
Não é a primeira vez que um turista morre no Peru após o consumo de ayahuasca no contexto de sessões espirituais. Em agosto de 2024, um ucraniano assassinou uma mulher russa sob os efeitos da bebida após consumi-la durante um ritual na cidade amazônica de Yurimaguas.
A embaixada dos Estados Unidos em Lima recomendou em janeiro a seus cidadãos "que não ingerissem nem consumissem alucinógenos tradicionais, habitualmente conhecidos como ayahuasca e kambô".
"Essas substâncias perigosas costumam ser comercializadas aos viajantes no Peru como cerimoniais e limpeza espiritual", advertiu a missão diplomática.
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