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Trump celebra volta do 'tarifaço' e ataca juízes dos EUA

O presidente Donald Trump anunciou o tarifaço em 2 de abril de 2025 - Brendan Smialowski/AFP
O presidente Donald Trump anunciou o tarifaço em 2 de abril de 2025 Imagem: Brendan Smialowski/AFP
do UOL

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/05/2025 22h11

O presidente Donald Trump celebrou a decisão do Tribunal de Apelações dos Estados Unidos que autorizou a retomada da maioria das tarifas impostas por seu governo aos produtos de outros países e, sem provas, fez acusações contra o Judiciário norte-americano.

O que aconteceu

Trump acusou juízes do Tribunal de Comércio Internacional dos EUA de "decidir contra" a economia norte-americana ao suspender as tarifas impostas por seu governo a outros países. Em postagem nas redes sociais, o republicano disse que os três juízes que decidiram contra suas medidas causaram "dano" à economia do país por "puro ódio" à sua gestão.

Presidente afirmou que seu tarifaço tem sido "bem-sucedido" com "trilhões de dólares vindos de outros países" injetados na economia dos EUA. "Dinheiro que, sem essas tarifas, nunca conseguiríamos obter. Isso representa a diferença entre ter um país rico, próspero e bem-sucedido, e exatamente o oposto disso".

Em um ataque ao Judiciário dos EUA, Trump alegou que a decisão do Tribunal de Comércio Internacional foi "totalmente errada e política". "Espero que a Suprema Corte reverta o mais rápido possível essa decisão horrível e ameaçadora para o país, e que faça isso de forma decisiva".

Para o republicano, condicionar a liberação das tarifas aos outros países à aprovação do Congresso seria um "erro". "Se essa decisão prevalecer, destruíra completamente o poder do Executivo federal e a presidência nunca mais será a mesma".

Sem provas, Donald também sugeriu que "juízes de extrema-esquerda, em conluio com pessoas ruins, estão destruindo os EUA". "Se essa decisão for mantida, nosso país perderá trilhões de dólares, dinheiro esse que será usado para fazer a América grande de novo. Em outras palavras, seria a decisão financeira mais severa já imposta contra os EUA como uma nação soberana".

O presidente dos EUA deter ter permissão para proteger a América contra todos aqueles que estão causando danos econômicos ao país.
Donald Trump

Tribunal reverteu decisão

Tribunal de Apelações suspendeu hoje, de forma temporária, decisão do Tribunal de Comércio Internacional, publicada ontem, enquanto analisa os questionamentos. Porém, ainda há outra decisão de um juiz federal de Washington que determinou o bloqueio de tarifas impostas sobre outros países. Nesse último caso, o governo Trump ainda tem duas semanas até que a decisão entre em vigor, segundo o jornal The Hill.

Os autores da ação têm até 5 de junho para se manifestar, enquanto o governo poderá responder até 9 de junho. Depois, o Tribunal de Apelações considerará uma nova pausa.

As tarifas, agora liberadas, são: as anunciadas por Trump em 2 de abril, que inclui uma taxa de 10% sobre o Brasil, além das tarifas impostas contra China, México e Canadá para combater a entrada de fentanil nos EUA.

Na decisão de ontem, o Tribunal de Comércio entendeu que Trump não tinha autoridade para impor as tarifas. Os três juízes do colegiado afirmaram que o Congresso é a autoridade para a imposição de tarifas.

Para os magistrados, não há uma "ameaça incomum e extraordinária" que justifique que o republicano aja sozinho. A decisão ocorre em resposta a uma ação movida por cinco empresas e outra apresentada por um grupo de procuradores.

'Tarifaço' de Trump

Em 2 de abril, Trump anunciou um "tarifaço" sobre dezenas de países, entre eles o Brasil, que foi taxado em 10%. Porém, uma semana depois, ele anunciou uma pausa de 90 dias na aplicação das tarifas, exceto para a China.

Após uma troca de tarifas entre os países, os EUA ajustaram a cobrança sobre os chineses. Em 12 de maio, a Casa Branca anunciou que os artigos importados da China estarão sujeitos a um adicional de 10%.

No último domingo (25), Trump recuou mais uma vez. Ele se reuniu com a presidente da Comissão Europeia, Úrsula Von der Leyen, e prorrogou a pausa nas tarifas sobre a União Europeia até 9 de julho.

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