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Presidente de Portugal convida primeiro-ministro interino para liderar novo governo

29/05/2025 15h34

LISBOA (Reuters) - O presidente de Portugal nomeou Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática (AD), de centro-direita, que venceu uma eleição nacional antecipada em 18 de maio, como primeiro-ministro na quinta-feira e o convidou a formar seu segundo governo minoritário, informou a Presidência.

A AD conquistou 91 assentos no Parlamento de 230 lugares -- 11 a mais do que na legislatura anterior, mas ainda longe de uma maioria de trabalho -- em uma eleição marcada pelo crescimento do partido de extrema-direita Chega, que substituiu o Partido Socialista (PS) como a principal força de oposição.

Montenegro, que chegou ao poder pela primeira vez em março de 2024, recusou-se a fazer acordos com o Chega, partido antiestablishment e anti-imigração, que conquistou 60 assentos, dois a mais do que o PS após o pior desempenho deste último em quatro décadas.

O gabinete do presidente Marcelo Rebelo de Sousa informou em um comunicado, depois de consultar os três principais partidos na quinta-feira, que Montenegro anunciará seu novo governo depois que o Parlamento se reunir para sua primeira sessão.

Não é necessária votação de confirmação, embora qualquer partido possa apresentar uma moção de rejeição.

A eleição, a terceira em um período de três anos, foi convocada depois que Montenegro não conseguiu ganhar um voto de confiança em março, quando a oposição questionou sua integridade em relação aos negócios da empresa de consultoria de sua família.

Ele negou qualquer irregularidade e os eleitores acabaram punindo o PS por seu papel na derrubada do governo de Montenegro, no que muitas pessoas consideraram uma eleição desnecessária.

O Parlamento deve habilitar o novo governo em seu retorno na próxima semana. O líder interino do PS, Carlos Cesar, prometeu seu apoio nessa etapa inicial.

Embora o primeiro grande teste do governo provavelmente seja o orçamento de 2026 perto do final do ano, nenhuma nova eleição parlamentar poderá ser convocada até pelo menos meados de 2026, pois Portugal realizará uma eleição presidencial em janeiro próximo.

Embora isso não garanta a estabilidade política, a posição enfraquecida do PS, de centro-esquerda, provavelmente o tornará uma oposição mais receptiva, com mais afinidades com a AD do que com o Chega, dizem os analistas, que veem pouco perigo de uma paralisia legislativa no médio prazo.

(Reportagem de Andrei Khalip e Sergio Gonçalves)

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