"Quando abri os olhos, percebi que estava vivo", conta único sobrevivente de acidente áereo na Índia
"Vi que estava perto do chão e tinha espaço. Quando a porta do avião abriu, percebi que dava para escorregar e sair. Foi o que fiz", conta Vishwash Kumar Ramesh, o único sobrevivente da catástrofe aérea do voo 171 da Air India, na quinta-feira (12). O Boeing 787 Dreamliner, com 242 pessoas a bordo, caiu poucos segundos após decolar do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, no noroeste do país.Vishwah contou como foi seu resgate milagroso à emissora nacional DD.
"Vi que estava perto do chão e tinha espaço. Quando a porta do avião abriu, percebi que dava para escorregar e sair. Foi o que fiz", conta Vishwash Kumar Ramesh, o único sobrevivente da catástrofe aérea do voo 171 da Air India, na quinta-feira (12). O Boeing 787 Dreamliner, com 242 pessoas a bordo, caiu poucos segundos após decolar do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, no noroeste do país.Vishwah contou como foi seu resgate milagroso à emissora nacional DD.
O britânico Vishwash, de 40 anos, de origem indiana, embarcou na quinta-feira com seu irmão no Boeing 787, com destino ao aeroporto de Gatwick, em Londres. Morador da cidade de Leicester, no centro do Reino Unido, ele foi o único ocupante do Boeing a escapar da tragédia.
Vishwash estava sentado na parte dianteira à esquerda da aeronave, no assento 11A, próximo a uma das saídas de emergência. A imprensa local checou as informações no cartão de embarque exibido após o acidente.
"Tudo aconteceu diante dos meus olhos e ainda não consigo acreditar que saí vivo disso tudo", contou Vishwash na entrevista dada no hospital, a um jornalista da emissora DD.
"Apenas um minuto após a decolagem, tive a sensação repentina de que estávamos presos, que algo estava errado", descreveu. "E então, de repente, luzes verdes e brancas acenderam em todo o avião, que pareceu acelerar e seguir em direção a um conjunto de prédios. Vi todo o acidente com meus próprios olhos", conta. "Achei que fosse morrer", continuou o ageiro, "mas quando abri os olhos, percebi que ainda estava vivo".
"Vi uma comissária, homens e mulheres na minha frente... Soltei meu cinto de segurança e tentei me salvar. E foi o que consegui fazer", disse ele, ainda visivelmente surpreso com sua sorte. Vídeos compartilhados nas redes sociais horas depois da tragédia mostram o ageiro com a camiseta ensanguentada, mancando enquanto caminhava na rua.
"Tive queimaduras leves, na mão esquerda e uma ambulância me levou ao hospital", continuou. "As pessoas aqui estão cuidando muito bem de mim". Na manhã de sexta-feira (13), ele conversou com o primeiro-ministro Narendra Modi, que visitou o local da tragédia e os feridos.
Caixa-preta é encontrada
Uma das duas caixas-pretas do Boeing 787 foi encontrada nesta sexta-feira, de acordo com a polícia.
Segundo o último balanço divulgado pela polícia local, foram retirados 265 corpos carbonizados dos destroços do avião e das ruínas dos edifícios atingidos no solo.
O B787 da Air India caiu sobre vários prédios de um bairro residencial localizado na extensão da pista do aeroporto, incluindo uma residência que abrigava médicos de um hospital próximo.
CEO da Boeing cancela ida a Paris
O CEO da Boeing, Robert Kelly Ortberg, decidiu cancelar sua participação no Paris Air Show, em Le Bourget, França, na próxima semana, após o acidente, de acordo com uma mensagem aos funcionários obtida pela AFP na sexta-feira.
"Stephanie (Pope, chefe de aviação comercial) e eu cancelamos nossos planos de comparecer (ao evento) para ficar com nossas equipes e focar nossa atenção em nosso cliente e na investigação", disse Robert Kelly Ortberg.
O executivo reiterou suas "mais profundas condolências" pela queda de um Boeing 787 da Air India em uma área residencial de Ahmedabad, no norte da Índia.
O Paris Air Show Internacional, realizado a cada dois anos em Le Bourget, ao norte de Paris, é o maior evento do gênero no mundo. Cerca de 2.400 expositores de 48 países, com os Estados Unidos como o maior participante internacional, se reunirão lá por uma semana a partir de segunda-feira.
A Boeing e sua rival europeia Airbus tradicionalmente competem por encomendas de aeronaves, mas o desastre da Air India corre o risco de lançar uma sombra sobre o programa da empresa americana.
"A segurança é um pilar da nossa indústria e está no centro de tudo o que fazemos. Nossos especialistas técnicos estão prontos para ajudar os investigadores a entender as circunstâncias" do acidente, acrescentou Ortberg.
"Uma equipe da Boeing está pronta para ir à Índia", disse ele, acrescentando que conversou com a diretora do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB), Jennifer Homendy, para expressar "nosso total apoio ao processo de investigação".
(Com informações da AFP)