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Motta diz que não serve a 'projeto eleitoral' e critica pacote de Haddad

do UOL

Do UOL, em Brasília

11/06/2025 10h36Atualizada em 11/06/2025 13h43

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou novamente as medidas propostas pelo governo para suspender o decreto que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O parlamentar afirmou que não está no comando da Casa para servir a um "projeto eleitoral".

O que aconteceu

Governo quer taxar em 5% aplicações financeiras que hoje são isentas. A proposta do Ministério da Fazenda de acabar com a isenção da LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e LCI (Letra de Crédito Imobiliário) gerou reação negativa nos setores produtivos, especialmente na bancada do agro no Congresso Nacional. Bets e fintechs também terão aumento de tributação.

Apresentar ao setor produtivo qualquer solução que traga aumento de impostos sem o governo apresentar o mínimo de dever de casa do ponto de vista do corte de gastos não será bem aceito pelo setor produtivo nem pelo Congresso. Não estou à frente da presidência da Câmara para servir a projeto eleitoral de ninguém.
Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados

Motta diz que setores vão reagir à taxação. "Esses títulos têm sido, na verdade, a grande fonte de financiamento no cenário de juros elevadíssimos como temos hoje em nosso país", afirmou.

Ele ressaltou ainda que as novas medidas de arrecadação do governo, em alternativa ao IOF, devem ter uma "reação ruim". "Já comuniquei à equipe econômica que as medidas que estão pré-anunciadas deverão ter uma reação muito ruim, não só dentro Congresso, como também no empresariado."

O presidente da Câmara já tinha afirmado que não há compromisso de aprovar as medidas que serão enviadas pelo governo. Ele diz que espera a publicação da medida provisória para fazer o debate e a análise com os parlamentares.

Proposta deve chegar ainda nesta semana. Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou ao presidente Lula (PT) a proposta de compensação de isenção do IOF acertada com as lideranças do Congresso. O chefe da equipe econômica disse que ela só "atinge moradores de cobertura".

Em outro evento econômico, Motta afirmou que quer ajudar o governo a acertar, mas que "às vezes tem que discordar do Poder Executivo". "Na discussão, o nosso ponto de vista, que não é necessariamente o ponto de vista individual, meu ou do presidente Davi, mas sim o sentimento majoritário da sociedade, do setor produtivo que nos cobra, daquilo que faz realmente o Brasil andar para frente", declarou.

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