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Ativista brasileiro detido em Israel foi retirado de solitária, mas pode ser repatriado ainda esta semana

11/06/2025 15h52

A ONG israelense de defesa dos direitos humanos Adalah, que auxilia os ativistas pró-palestinos detidos por Israel em um barco com destino a Gaza, informou nesta quarta-feira (11) que dois deles, o brasileiro Thiago Ávila e a eurodeputada franco-palestina Rima Hassan, foram colocados em celas solitárias, mas posteriormente liberados. Eles podem ser enviados a seus países de origem esta semana.

A ONG afirmou em comunicado que "as autoridades israelenses transferiram dois (dos ativistas) - o brasileiro Thiago Ávila e a eurodeputada franco-palestina Rima Hassan - para prisões separadas (...) e os colocaram em confinamento solitário".

ado pela AFP, o Ministério das Relações Exteriores de Israel não comentou a informação. Em seu relato ao X, a equipe da eurodeputada relatou que ela havia sido colocada em confinamento solitário "após escrever 'Palestina Livre' nas paredes de sua cela". "Ela iniciou uma greve de fome em protesto", disse a mesma fonte.

A ONG Adalah esclareceu posteriormente que Rima Hassan havia sido libertada do confinamento solitário.

Um tribunal israelense manteve, na noite de terça-feira, as ordens de detenção dos oito ativistas até a próxima audiência, marcada para 8 de julho, informou em comunicado a Adalah. No entanto, a ONG observa que os ativistas poderiam ser devolvidos à sua terra natal esta semana, já que a lei israelense estipula um período de detenção de 72 horas antes que aqueles que entraram ilegalmente no país possam ser deportados à força.

Diplomatas da França confirmaram a informação, afirmando que os ativistas ses, incluindo a eurodeputada, do partido de esquerda radical A França Insubmissa (LFI), serão expulsos de Israel na quinta e na sexta-feira.

"Agradecemos aos nossos agentes por sua irável mobilização, que permitiu este rápido desfecho, apesar do assédio e da difamação a que foram submetidos", escreveu o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, no X.

O retorno à França de Rima Hassan e de outro cidadão francês está previsto para a noite de quinta-feira no aeroporto de Roissy-Charles-De-Gaulle. Os outros dois ativistas chegarão na sexta-feira à noite, apurou a AFP junto a uma fonte do aeroporto.

Mas a notícia foi recebida com cautela e desconfiança pelo LFI, que fez da defesa da causa palestina uma de suas principais batalhas e denuncia um "genocídio" em Gaza.

"Há rumores de que Rima Hassan e seus companheiros de prisão serão deportados amanhã. (...) Por enquanto, Rima Hassan está em confinamento solitário por ter escrito 'Palestina Livre' na parede de sua cela. Acreditaremos que ela estará livre quando a virmos em Paris. Até lá, nos mobilizaremos", escreveu o líder do partido, Jean-Luc Mélenchon, no X.

Expulsão nesta semana

Um total de 12 ativistas da França, Alemanha, Brasil, Turquia, Suécia, Espanha e Holanda, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg, deixaram a Itália em 1º de junho a bordo de um veleiro para "romper o bloqueio israelense" a Gaza. O território está em situação humanitária desastrosa após mais de 20 meses de guerra desencadeada pelo sangrento ataque a Israel pelo movimento islâmico palestino Hamas em 7 de outubro de 2023.

A Marinha israelense abordou o barco na manhã de segunda-feira, a cerca de 185 quilômetros a oeste da costa de Gaza.

Os ativistas da "Flotilha da Liberdade", que visavam fornecer ajuda humanitária aos moradores da Faixa de Gaza, "entraram ilegalmente em Israel" e "a situação deles é de imigrantes ilegais", declarou o embaixador israelense em Paris, Joshua Zarka, na manhã de quarta-feira.

Quatro dos 12 ativistas que viajavam no barco com destino a Gaza - a sueca Greta Thunberg, dois cidadãos ses e um espanhol - retornaram aos seus países após aceitarem a expulsão de Israel na terça-feira.

Os oito militantes ainda detidos, incluindo Ávila e Hassan, recusaram-se a um documento autorizando sua expulsão, negando ter entrado ilegalmente em território israelense, de acordo com a ONG Adalah.

Durante uma audiência judicial, a Adalah contestou "a lei aplicada pelo tribunal, (que se refere) à entrada ilegal em Israel", argumentando que ela não se aplica à situação dos ativistas, que alegaram ter sido detidos em águas internacionais

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