Segurança de Uribe foi estranhamente reduzida antes de ataque, diz Petro

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse que a segurança de Miguel Uribe Trubay foi "estranhamente reduzida" pouco antes do atentado contra o senador e pré-candidato à Presidência do país no final de semana.
O que aconteceu
Grupo que protegia senador ou de "sete para três pessoas", disse Petro. "Solicitei ao Conselho de Segurança que investigue o ocorrido de forma mais detalhada possível", escreveu o presidente colombiano na rede social X.
Presidente criticou o "usou eleitoral" do ataque contra Uribe. "Lamento que meus opositores não compreendam que este é o momento de trazer paz e justiça social à Colômbia".
Na Colômbia, a proteção de políticos de alto perfil ou de pessoas ameaçadas fica a cargo de uma entidade oficial.
Fala de Petro na madrugada foi criticado pela oposição. Durante pronunciamento de 40 minutos no começo da madrugada (horário de Brasília), no palácio presidencial, ele falou em preservar a vida do rapaz de 15 anos preso como autor dos tiros que atingiram Uribe. A legislação colombiana estabelece responsabilidade penal a partir dos 14 anos. No entanto, a privação de liberdade ocorre apenas aos maiores de 16 anos, exceto em casos de homicídio doloso, sequestro e extorsão.
A primeira coisa que defendemos é a própria vida. A vida da vítima, que está em boas mãos, nas quais confiamos, e a vida do assassino [sic], que é um menor de idade, um menino. As leis e as normas nos obrigam a proteger o menino por ser menino, porque, se não cuidamos dos meninos da pátria, não teremos pátria.
Gustavo Petro, presidente da Colômbia
Investigações e recompensa
Petro deslocou ao menos 100 profissionais de "todas as inteligências" para investigar quem ordenou o atentado contra Uribe, segundo a AFP. "Nenhum recurso deve ser poupado, nem um único peso ou um único momento de energia, para encontrar o cérebro. Onde quer que eles vivam, seja na Colômbia ou no exterior", disse o presidente.
Uma recompensa de 3 bilhões de pesos colombianos (cerca de R$ 4 milhões) também foi oferecida em troca de informações sobre os responsáveis pelo atentado. A medida foi determinada pelo ministro da Defesa da Colômbia, Pedro Santos.
Seguranças de Uribe serão os primeiros investigados pelo crime. Em discurso na noite de sábado, Petro disse que a alta cúpula da polícia estatal vai se concentrar em identificar e capturar os mandantes do atentado, a começar por quem trabalhava para o senador.
Relembre o caso
Senador e pré-candidato à Presidência da Colômbia Miguel Uribe Turbay foi baleado ontem durante evento de campanha em Bogotá. Uribe foi encaminhado a um hospital com dois tiros na cabeça e um no joelho. O tiroteio ocorreu no bairro de Fontibón, na zona oeste da cidade.
Boletim médico diz que "quadro é extremamente grave e prognóstico, reservado". O comunicado, autorizado pela família, diz também que o político de 39 anos deu entrada no pronto-socorro em estado crítico na noite ada e foi imediatamente submetido a procedimentos neurocirúrgicos e cirurgia na coxa esquerda. Após a operação, ele foi transferido para a UTI para estabilização pós-operatória. De acordo com a RTVC (Rádio e Televisão Nacional da Colômbia), a cirurgia teria levado mais de três horas.
Uribe é um político próximo ao ex-presidente Álvaro Uribe. Ele é um dos maiores críticos do presidente colombiano Gustavo Petro, especialmente em relação à deterioração da situação de segurança no país.
O senador, que recebeu o maior número de votos nas eleições de 2022, é filho de Diana Turbay. Jornalista, Diana foi sequestrada e assassinada em 1991 por traficantes de drogas a serviço de Pablo Escobar. Ele também e neto do ex-presidente Julio César Turbay, que governou o país de 1978 a 1982.
O partido Centro Democrático, apoiado por Uribe, afirmou que o atentado foi "contra a democracia e a liberdade". "Rejeitamos veementemente esse ataque, que não só coloca em risco a vida de um líder político, mas também ameaça a democracia e a liberdade na Colômbia."
*Com AFP