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Secretário-geral da Otan defende aumento de 400% na defesa aérea da aliança

09/06/2025 06h33

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, pediu nesta segunda-feira(9), em Londres, que os membros da Aliança Atlântica aumentem em cinco vezes suas capacidades de defesa aérea para proteger a Europa da Rússia, que respondeu acusando a organização militar de ser um "instrumento de agressão".

Para manter uma dissuasão e defesa confiáveis, Rutte defendeu que a Otan precisa de "um aumento de 400% em sua defesa aérea e de mísseis", em resposta à ameaça da Rússia.

"Vemos na Ucrânia como a Rússia semeia o terror pelos ares, então fortaleceremos o escudo que protege nossos céus", disse Rutte em um discurso no centro de estudos Chatham House.

Depois de ar por Paris na semana ada, o holandês viajou nesta segunda-feira a Londres, onde se reuniu com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, em um momento em que os membros da Otan negociam sob pressão dos Estados Unidos sobre sua futura meta de gasto militar. 

- Reação do Kremlin -

O Kremlin reagiu nesta segunda-feira ao discurso de Rutte, criticando a Aliança Atlântica. 

"A Otan, após tirar a máscara, está demonstrando de todas as formas possíveis sua própria natureza como instrumento de agressão e confronto", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, em sua coletiva de imprensa diária. 

Rutte abordou o tema antes de uma reunião de cúpula da Otan neste mês nos Países Baixos, na qual o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionará os países da aliança para que aumentem seus orçamentos militares.

A Rússia "aliou-se à China, à Coreia do Norte e ao Irã", acusou Mark Rutte em Londres.

"Está produzindo mais armas do que pensávamos", declarou o chefe da Aliança Atlântica, acrescentando que, em termos de munições, "a Rússia produz em três meses o que toda a Otan produz em um ano".

Trump deseja que os gastos com defesa dos membros da Otan aumentem para 5% do PIB, acima da meta atual de 2%. 

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, indicou na quinta-feira em Bruxelas que os aliados estão perto de um acordo sobre esse objetivo, que pode ser formalizado durante a cúpula na cidade holandesa de Haia, nos dias 24 e 25 de junho. 

- Blindados e tanques -

Os integrantes do bloco transatlântico trabalham para aumentar seus orçamentos militares desde que a Rússia iniciou a ofensiva na Ucrânia em fevereiro de 2022.

"O perigo não vai desaparecer mesmo quando a guerra na Ucrânia terminar", afirmou Rutte no discurso em Londres.

O chefe da organização militar declarou também que os exércitos da Otan "precisam de mais milhares de veículos blindados e tanques, milhões de projéteis de artilharia adicionais", além de "duplicar" sua capacidade de implantação em logística, suprimentos, transporte e apoio médico. 

O Reino Unido já se comprometeu a aumentar seu orçamento de defesa para 2,5% do PIB até 2027 e, posteriormente, para 3% após 2029. 

O governo britânico planeja construir até doze submarinos de ataque com propulsão nuclear a partir de 2030, além de seis fábricas de munições e produção de armas de longo alcance, com o objetivo de estar "pronto para o combate", especialmente diante da ameaça russa. 

"Precisamos de um salto qualitativo em nossa defesa coletiva (...) Precisamos ter mais forças e capacidades para implementar plenamente nossos planos de defesa", declarou Rutte em Londres.

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© Agence -Presse

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