França acompanha interrogatórios de Bolsonaro no STF por tentativa de golpe
Os interrogatórios no Supremo Tribunal Federal (STF) do ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes do governo de extrema direita que participaram da tentativa de golpe de Estado em 2022 contra Lula estão entre as manchetes do dia na imprensa sa.
A nova fase do julgamento ocorre após o depoimento de testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República e pelas defesas dos acusados. Os interrogatórios ? com exceção do de Braga Netto, que será ouvido por videoconferência por estar em prisão preventiva desde dezembro ? terão início às 14h (horário local) desta segunda-feira.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, será o primeiro a ser ouvido, por ter colaborado por meio de um acordo de delação premiada. Em seguida, os demais réus serão interrogados em ordem alfabética. Dos oito acusados, Bolsonaro será o sexto a prestar depoimento. Segundo a acusação, o suposto plano golpista ? que teria incluído até o assassinato de Lula ? fracassou devido à falta de apoio do alto comando militar.
De acordo com a AFP, apesar de estar inelegível até 2030, Bolsonaro continua sendo o líder indiscutível da oposição a Lula. "Ele afirma sua inocência, alegando 'perseguição política' para impedi-lo de concorrer às eleições presidenciais de 2026, enquanto ainda espera ter sua inelegibilidade anulada", destaca a agência de notícias sa.
Expectativa pelo veredicto
Para garantir sua defesa, recorda a revista Marianne, o líder do Partido Liberal afirmou, em 5 de junho, que responderia "sem qualquer problema" às perguntas que lhe fossem feitas no Supremo. Bolsonaro vê nessa ocasião uma "oportunidade de esclarecer os fatos".
O jornal La Croix observa que Bolsonaro acusa o ministro Alexandre de Moraes de ser um "ditador". O julgamento avançou mais rapidamente do que a média dos processos penais no Brasil, embora o debate jurídico esteja ocorrendo com toda a sua complexidade.
O veredicto só deve ser divulgado em alguns meses, assinala a AFP. Após as alegações da acusação e os argumentos finais da defesa, os cinco ministros da Primeira Turma do Supremo devem votar para decidir se condenam ou não os réus e, em caso afirmativo, quais penas serão aplicadas.