Milhares de espanhóis vão às ruas de Madri pedir a renúncia do primeiro-ministro Pedro Sánchez
Quase 100 mil pessoas, segundo os organizadores, e cerca de 50 mil, segundo a polícia, se reuniram no centro de Madri neste domingo (8), para protestar contra o governo do primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez e exigir sua renúncia. O Partido Popular, partido conservador de oposição que convocou a grande manifestação, mantém tensões com o governo, manchado por vários escândalos de corrupção, enquanto os socialistas esperam concluir seu mandato em agosto de 2027.
Com informações da AFP e da correspondente da RFI em Madri, Diane Cambon
Esta é a sexta vez em dois anos que o Partido Popular (PP) convoca uma grande manifestação contra o que considera o governo ilegítimo de Pedro Sánchez. O slogan do protesto é inconfundível: "Máfia ou Democracia". Na multidão, onde centenas de pessoas agitavam bandeiras douradas e vermelhas com as cores da Espanha, os gritos de "Pedro Sánchez, renuncie" ressoavam em alto e bom som.
Carmen, uma mulher de cerca de 50 anos, fervorosa defensora da governadora populista da região de Madri, Isabel Ayuso, pede a renúncia de Pedro Sánchez. "O que está acontecendo na Espanha é incompreensível, e tudo o que está acontecendo com este governo é simplesmente indigno e revoltante neste partido", exclamou à reportagem da RFI.
O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, acusou o governo de "práticas mafiosas" e afirmou que Pedro Sánchez está "no centro" de múltiplos escândalos de corrupção.
"Este governo contaminou tudo, contaminou a política, contaminou as instituições do Estado, a separação de poderes", disse ele no comício, antes de pedir a Pedro Sánchez que "se submetesse à democracia" e convocasse eleições antecipadas.
Sánchez chegou ao poder em junho de 2018, após destituir seu antecessor do PP, Mariano Rajoy, em um voto de desconfiança ligado a um escândalo de corrupção envolvendo o partido conservador.
As últimas pesquisas mostram o PP com uma ligeira vantagem sobre os socialistas. As próximas eleições gerais estão marcadas para 2027.
"Campanhas de difamação", segundo Pedro Sánchez
Este também é o caso de Juan José, um septuagenário, que dispara contra o executivo de esquerda. "Este governo não faz nada certo, nada certo, não diz a verdade, tudo é mentira com eles", insiste Juan José.
Pedro Sánchez, que sempre defendeu a integridade de sua esposa e de seus ministros, acusa conservadores, a direita e a extrema direita de estarem por trás do que ele descreve como "campanhas de difamação" destinadas, segundo ele, a desestabilizar seu governo.
Esta manifestação foi convocada pela direita após o recente vazamento para a imprensa de uma conversa entre um ex-ativista do Partido Socialista (PSD) e um comandante da Guarda Civil e um empresário. O ativista teria buscado informações sobre casos envolvendo parentes de Pedro Sánchez.