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Ibovespa fecha em queda pressionado por bancos; Suzano sobe após t-venture

05/06/2025 17h06

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, pressionado principalmente por bancos e com Hapvida na ponta negativa após queda no número de beneficiários em abril, enquanto Suzano foi destaque de alta após fechar acordo para formar uma t-venture global com a Kimberly-Clark.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,56%, a 136.236,37 pontos, após marcar 136.030,75 pontos na mínima e 137.451,31 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$22,12 bilhões.

Na visão do responsável pela mesa de ações do BTG Pactual, Jerson Zanlorenzi, há um nível maior de incertezas, o que tem afetado o apetite a risco. Um dos componentes que têm pesado, afirmou, é a discussão envolvendo o recente anúncio de aumento do IOF e o quadro fiscal do país.

"Isso mostra ainda uma dificuldade do governo em avançar e discutir essas pautas que geram tanta preocupação no mercado, de desequilíbrio fiscal, eficiência de indústrias", observou, ponderando que há também questões externas afetando o sentimento dos investidores na bolsa paulista.

Em Wall Street, o S&P 500 recuou 0,53%, com a queda nas ações da Tesla compensando notícias de progresso nas negociações comerciais entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping. O rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos subia a 4,3985% no final da tarde.

DESTAQUES

- BRADESCO PN caiu 2,92%, em mais um pregão de realização de lucros, com o ganho no ano até a véspera alcançando 50%. ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,22%, SANTANDER BRASIL UNIT recuou 0,31%, enquanto BANCO DO BRASIL ON fechou com decréscimo de 0,49%.

- SUZANO ON avançou 6,31%, após anunciar acordo para formar uma t-venture global com a Kimberly-Clark em que vai investir US$1,7 bilhão para ter 51% de participação em uma operação que envolve 22 fábricas de papéis sanitários, conhecidos como "tissue", no mundo. A companhia brasileira terá opção de comprar futuramente os 49% restantes da t-venture.

- HAPVIDA ON recuou 5,92%, após dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de abril mostrarem queda no número de clientes dos planos de saúde da companhia, de 28 mil em relação a março, na contramão de outros grupos do setor, como SulAmérica, da Rede D'Or, Amil, Porto Seguro e Bradesco Saúde.

- GERDAU PN valorizou-se 3,47%, endossada por "upgrade" do Bank of America, com os analistas do banco elevando a recomendação das ações para compra" e o preço-alvo de R$R$17,50 para R$22. No setor, CSN ON encerrou com declínio de 0,72% e USIMINAS PNA cedeu 0,96%, tendo ainda no radar dados de produção de veículos no Brasil.

- TOTVS ON fechou em baixa de 2,28%, tendo como pano de fundo relatório do UBS BB com corte na recomendação da ação para neutra, mas alta do preço-alvo de R$43 para R$49. Também no radar está notícia do Valor de que a empresa de tecnologia contratou o Morgan Stanley para vender sua participação na Dimensa.

- B3 ON recuou 2,65%, com analistas do Citi também cortando a recomendação da ação para "neutra", conforme relatório no final da quarta-feira, citando a forte valorização desde o começo do ano e avaliando que o "dividend yield" agora parece menos atrativo. Em relatório mais cedo na quarta-feira, o Goldman Sachs também cortou a recomendação para neutra.

- MINERVA ON subiu 4,9%, em dia de recuperação após tombo de mais de 7% na véspera. Na contramão, MARFRIG ON caiu 1,86%, enquanto JBS ON ganhou 0,6% e BRF ON fechou estável.

- PETROBRAS PN fechou com variação positiva de 0,03%, mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior, uma vez que persistem receios sobre eventuais medidas do governo envolvendo o setor para melhorar as contas públicas. A presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou em entrevista à Reuters nesta quinta-feira que a Petrobras planeja tornar a África sua principal região exploratória de petróleo e gás fora do Brasil.

- VALE ON subiu 0,27%, mesmo com o declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas em queda de 0,14%.

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