Topo
Notícias

PGR pede prisão preventiva de Zambelli após deputada deixar o país

03/06/2025 11h34

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) -A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta terça-feira a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) depois de a parlamentar ter deixado o país após ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento na invasão hacker dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O pedido de prisão ocorreu no mesmo dia em que a deputada disse em uma live em uma rede social que está na Europa, o que foi confirmado por seu advogado no processo, Daniel Bialski, que posteriormente anunciou ter deixado a defesa dela.

Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do Supremo no mês ado por, segundo o tribunal, ter adulterado documentos como certidões, mandados de prisão, alvarás de soltura e quebras de sigilo bancário, com o objetivo de prejudicar a istração do Judiciário e a credibilidade das instituições e gerar vantagens políticas para a parlamentar.

Um dos documentos falsos inseridos no sistema do Judiciário por meio da invasão hacker da parlamentar, segundo o STF, foi um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Em entrevista ao canal do YouTube AuriVerde Brasil nesta terça, Zambelli afirmou que está fora do Brasil há alguns dias para realizar um tratamento médico e que vai pedir licença não remunerada do cargo de deputada federal.

"Vou me basear na Europa, eu tenho cidadania europeia e estou muito tranquila com isso", disse ela, ao ressaltar que não está abandonando, mas resistindo ao que considera ser uma "ditadura" no país.

A parlamentar alega estar sendo vítima de uma "perseguição judicial".

O pedido de prisão contra Zambelli foi encaminhado de forma física e em caráter sigiloso ao ministro do STF Alexandre de Moraes, que deverá decidir sobre a medida, informou a PGR.

Eleita deputada federal em 2022, Zambelli se envolveu em uma grande polêmica na véspera do pleito daquele ano. Ela foi filmada apontando uma arma de fogo contra um homem em um cruzamento na cidade de São Paulo, apesar de a legislação eleitoral proibir o transporte de armas perto do dia da votação. Ela também é ré nesse caso pelo STF.

Em um dos vídeos do incidente que circularam nas redes sociais, Zambelli foi vista usando uma camiseta verde da campanha de Bolsonaro e apontando uma pistola para frente enquanto atravessa o cruzamento no bairro nobre dos Jardins, zona oeste da capital paulista.

O próprio Bolsonaro atribuiu a Zambelli sua derrota no pleito daquele ano. "Carla Zambelli tirou o mandato da gente. Ela tirou o mandato da gente", disse ele em uma entrevista este ano.

(Reportagem de Ricardo BritoEdição de Pedro Fonseca e Isabel Versiani)

Notícias