Reino Unido condena homem por queimar Alcorão: 'Ódio aos muçulmanos'

Um homem que queimou um Alcorão em fevereiro em frente ao consulado da Turquia em Londres, foi condenado, nesta sexta-feira (2), pela Justiça britânica a uma multa de 240 libras (cerca de 1.800 reais).
Hamit Coskun, de 50 anos, de nacionalidade turca, foi declarado culpado de perturbação da ordem pública com a circunstância agravante de incitação ao ódio religioso.
Em 13 de fevereiro, este homem, residente de Midlands (centro da Inglaterra), se aproximou do consulado da Turquia, em Londres, onde queimou um exemplar do Alcorão, enquanto gritava "Fuck islam" e "o islã é a religião do terrorismo".
"Seu ato de queimar o Alcorão no local onde o fez foi extremamente provocar", afirmou o juiz John McGarva, do tribunal de Westminster em Londres, durante a leitura do veredito.
O magistrado acrescentou que as palavras pronunciadas pelo acusado estavam "motivadas pelo menos em parte pelo ódio aos muçulmanos".
Hamit Coskun, que se declarou ateu, explicou que agiu dessa forma para denunciar o "governo islamista" do presidente turco, Recep Erdogan.
Após a leitura de sua condenação, Coskun denunciou "um ataque contra a liberdade de expressão".
Os gastos judiciais do processo foram cobertos por duas associações que defendem a liberdade de expressão, Free Speech Union (FSU) e National Secular Society.
Ambas associações denunciaram que a condenação equivale a uma sanção por "blasfêmia", um delito abolido em 2008 na Inglaterra e no País de Gales.