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As cinco missões de Ancelotti em sua estreia pelo Brasil

02/06/2025 17h22

Depois de uma calorosa recepção no Brasil, chegou a hora de trabalhar: Carlo Ancelotti estreia no comando da Seleção na próxima quinta-feira (5), contra o Equador, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, com a missão de reconciliar a equipe com a torcida.

Ancelotti é a grande aposta para que Vinícius Júnior, Raphinha e companhia melhorem o desempenho do time brasileiro antes do Mundial do ano que vem.

Embora esteja na zona de classificação direta a quatro rodada do fim das Eliminatórias, o Brasil ocupa apenas a quarta colocação, com dez pontos a menos que a líder Argentina, que já garantiu sua vaga.

Estas são as cinco missões de Ancelotti, que nesta segunda-feira comanda seu primeiro treino para o jogo no Equador, antes do duelo contra o Paraguai, em São Paulo, no dia 10 de junho.

 - Encontrar um camisa 9 - 

A fonte parece ter secado: acostumado com artilheiros de alto nível como Romário, Ronaldo e Adriano, o Brasil atualmente carece de um centroavante confiável.

Nestas eliminatórias, Igor Jesus, do Botafogo, foi o único da posição a marcar e ficou fora da primeira lista de Ancelotti.

Richarlison (Tottenham), velho conhecido do italiano por sua agem pelo Everton, foi chamado, mas é possível que o treinador decida deixá-lo no banco contra Equador e Paraguai.

A ausência de um 9 "não me preocupa. No Real Madrid, Ancelotti conseguiu ter um grande time sem um centroavante, com jogadores como Vinícius Júnior e Rodrygo" para compensar, disse à AFP o jornalista Juca Kfouri.

- Consolidar um meio-campo -

Kfouri antecipa que o "problema" principal é "quem alimentará o ataque".

Com os meias de criação substituídos nas categorias de base brasileiras por volantes defensivos e pontas velozes, a Seleção sofre com a escassez de ideias e talento no meio-campo.

Nos dois últimos jogos, contra Colômbia (vitória por 2 a 1) e Argentina (derrota por 4 a 1), quatro nomes foram testados na posição: Bruno Guimarães, Gerson, André e Joelinton. Nenhum convenceu.

No Real Madrid, Ancelotti "tinha Toni Kroos para abastecer Vini. O Brasil não tem um Toni Kroos", opinou o jornalista britânico Tim Vickery no podcast The Brazilian Shirt Name.

Não em vão, a primeira lista de Ancelotti traz a maioria das novidades no meio-campo, especialmente o ex-capitão Casemiro (Manchester United), de volta depois de um ano e meio.

Outro que retorna é Andreas Pereira (Fulham), enquanto Andrey Santos (Strasbourg), uma das esperanças para o setor, estreia em uma convocação para as Eliminatórias.

- Encontrar laterais -

Outra crise de identidade no futebol brasileiro: a falta de laterais com potencial ofensivo, no estilo dos lendários Cafu, Carlos Alberto Torres e Roberto Carlos.

Pela esquerda, Ancelotti aposta em Carlos Augusto, que não joga pela seleção desde 2023 e acabou de ser vice-campeão da Liga dos Campeões com a Inter de Milão.

O italiano também contará com a dupla do Flamengo, Wesley (direita) e Alex Sandro (esquerda), a quem viu jogar no Maracanã na semana ada, em uma sofrida vitória por 1 a 0 sobre o Deportivo Táchira da Venezuela pela Copa Libertadores.

- Classificar -

Embora a Seleção tenha feito uma campanha sem brilho nas Eliminatórias até agora, uma estreia com duas vitórias pode valer a classificação antecipada.

No entanto, a equipe terá que encarrar dois adversários sólidos, especialmente o Equador (vice-líder, com 23 pontos), à frente de Brasil (21 pontos) na tabela, assim como o Paraguai, quinto.

"O Equador é o favorito no jogo contra o Brasil. E o jogo contra o Paraguai vai ser duríssimo", prevê Kfouri.

Em setembro, a Seleção enfrentará Bolívia (8ª) e Chile (10º, lanterna).

- Reconquistar a torcida e encantar  -

Além dos resultados, o primeiro estrangeiro a comandar a Seleção em 60 anos tem a missão de reconquistar os torcedores, que têm na memória décadas gloriosas em que a o Brasil amedrontava os rivais.

A chegada de Ancelotti também pode representar um sopro de ar fresco em um país polarizado, onde a camisa amarela é usada como símbolo por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Essa coisa da extrema direita ter se apropriado da camisa amarela. Isso trouxe um distanciamento de parte do país" em relação à Seleção, destaca Kfouri.

"Carletto" pediu que a torcida brasileira jogue junto com a Seleção: "Espero ter o apoio e a ajuda do país", disse o treinador quando assumiu o cargo, na semana ada.

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© Agence -Presse

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