Irã acelera enriquecimento de urânio para armas nucleares, apesar de pressão dos EUA

O Irã acelerou o ritmo de produção de suas reservas de urânio enriquecido para 60%, nível próximo dos 90% necessários para produzir armas nucleares, destaca um relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) consultado pela AFP neste sábado (31).
"Este aumento considerável na produção e no acúmulo de urânio altamente enriquecido pelo Irã, o único Estado sem armas nucleares que produz esse tipo de material nuclear, é motivo de grande preocupação", escreveu a agência nuclear da ONU no relatório.
A cooperação de Teerã é "menos do que satisfatória", afirmou o texto, preparado a pedido das potências ocidentais.
O total de urânio enriquecido era de 408,6kg em 17 de maio, o que representa um aumento de 133,8 kg nos últimos três meses, em comparação ao incremento de 92 kg no período anterior.
O Irã, em várias ocasiões, não respondeu ou não forneceu respostas tecnicamente confiáveis às perguntas da agência e "limpou" instalações, "o que dificultou as atividades de verificação" em três locais não declarados, em Lavisan-Shian, Varamin e Turquzabad, criticou a AIEA.
Teerã nega repetidamente suas ambições de se tornar uma potência nuclear, mas defende seu direito de usar urânio enriquecido para gerar energia.
Nas últimas semanas, Teerã e Washington, em conflito há quatro décadas, realizaram cinco reuniões em busca de um acordo sobre o programa nuclear iraniano.
A última rodada foi realizada em 23 de maio em Roma, sob a mediação do sultanato de Omã, sem grandes avanços.