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Delegação curda vai a Damasco para conversar com novas autoridades

31/05/2025 10h54

Uma delegação de curdos sírios viaja para Damasco neste sábado (31) para conversar com o governo central da Síria sobre a aplicação de um acordo assinado há três meses, indicou uma fonte curda à AFP.

Os curdos veem a queda de Bashar Al Assad, deposto pelas novas autoridades islamistas em 8 de dezembro, como uma oportunidade de melhorar sua representação no país multiétnico. 

Em 10 de março, o novo governo assinou um acordo com os curdos para integrar ao Estado sírio as instituições da istração autônoma curda, que controla vastos territórios no norte e nordeste do país, incluindo campos de petróleo e gás. 

Entretanto, sua implementação está paralisada devido às diferenças entre as partes. Os curdos rejeitam a declaração constitucional adotada por Damasco em março, que dá plenos poderes ao presidente interino, Ahmed Al Sharaa, considerando que não reflete a diversidade da Síria. 

As novas autoridades rejeitam, por sua vez, qualquer tentativa de divisão ou separatismo, visando implicitamente as aspirações curdas de consolidar a autonomia que vêm conquistando desde o início da guerra civil em 2011.

No mês ado, as forças curdas exigiram um sistema descentralizado de governo, o que foi rejeitado por Damasco.

"Uma delegação da istração autônoma está a caminho de Damasco para examinar as cláusulas do acordo assinado entre as duas partes", declarou à AFP uma fonte curda da delegação, sob condição de anonimato.

O acordo especifica que o componente curdo é uma "comunidade autêntica dentro do Estado sírio" que "garante seu direito à cidadania e todos os seus direitos constitucionais", simultaneamente afirmando a "rejeição dos apelos à divisão e à incitação ao ódio". 

O ministro das Relações Exteriores da Síria, Asaad Al Shaibani, disse em 12 de maio que qualquer "deturpação" na implementação do acordo poderia "prolongar o caos" no país. 

Preservar a unidade síria e restaurar a segurança continuam sendo os principais desafios para as novas autoridades, sobretudo após os massacres que afetaram principalmente a comunidade alauíta e causaram grande preocupação entre as outras minorias do país.

str-lar/jos/hme/hgs/meb/yr/mvv

© Agence -Presse

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