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Chefe da Marinha nega ter recebido ordem para mobilizar tropas para golpe

do UOL

Do UOL, em Brasília

23/05/2025 15h32Atualizada em 23/05/2025 17h36

O atual comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, negou ter recebido ordens de seu antecessor, Almir Garnier, para mobilizar tropas ou dar golpe de Estado. Ele foi ouvido nesta tarde no STF (Supremo Tribunal Federal) na ação sobre golpe.

O que aconteceu

Olsen negou ter recebido ordens de Garnier. "Não recebi qualquer determinação nesse sentido", disse, em resposta a pergunta da defesa do ex-chefe da Marinha sobre se havia "recebido ordens para empregar tropas a fim de impedir a posse ou dar golpe de Estado". Em 2022 Olsen era comandante de Operações Navais da Marinha, ficando subordinado ao comandante da força.

Ele reforçou ter sido inédito não ter havido uma cerimônia de transmissão da chefia. "Ao que eu tenho notícia, não há registro de ausência do comandante que a [o cargo] em ocasiões anteriores", afirmou, dizendo não saber o motivo, mas que deveria ser por "foro íntimo".

Justificativa aventada foi Garnier não querer prestar continência a Lula. Mas, ao final, a cerimônia de transmissão foi comandada pelo ministro da Defesa, José Múcio. Os comandantes prestaram continência a ele, como de praxe.

Almirante de esquadra depôs como testemunha de defesa de ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Ele pediu ao STF para ser dispensado, mas o ministro Alexandre de Moraes manteve o depoimento na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

O ministro viu possibilidade de esclarecimentos. Para ele, como o comandante ocupou cargos de comando no governo Bolsonaro, ele pode ajudar a esclarecer os episódios da denúncia. Garnier é seu antecessor no cargo e virou réu na ação ao ser acusado de colocar as tropas à disposição de Bolsonaro caso ele assinasse a minuta golpista que previa intervenção na Justiça Eleitoral.

O envolvimento de Garnier na trama é um dos pontos principais da denúncia. Ex-comandantes do Exército e da FAB (Força Aérea Brasileira) afirmaram que ele foi o único dos chefes das Forças Armadas a sinalizar apoio ao plano golpista.

Bolsonaro se reuniu com os comandantes entre novembro e dezembro de 2022, após ser derrotado por Lula. Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), Bolsonaro levou a eles propostas de ações para se manter no poder, mas a ideia não deu certo pela falta de apoio do Exército e da Aeronáutica.

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