Vini Jr. volta com a seleção à cidade onde brilhou até de óculos escuros
Vini Jr. já tinha sido vendido ao Real Madrid quando chegou a Guayaquil, em março de 2018, para fazer sua estreia na Libertadores. Ali, protagonizou uma das cenas mais marcantes com a camisa do Flamengo.
Depois de fazer o gol da virada sobre o Emelec — o segundo dele no jogo —, o garoto de 17 anos posou de braços cruzados com um par de óculos escuros que foram arremessados da arquibancada.
Foi uma espécie de cartão de visitas ao continente — e, por que não, ao mundo. Até então, ele era o garoto de ouro, que tinha brilhado no Sul-americano Sub-17. No Equador, mostrou que poderia ser gente grande.
Vini Jr. já tinha sido eleito o melhor do mundo no Real Madrid quando chegou a Guayaquil, terça-feira à noite.
A estreia agora é de Carlo Ancelotti como técnico da seleção brasileira. A bola rola hoje, às 20h (de Brasília).
Mas de onde saíram os óculos?
A cena provocativa do garoto então com 17 anos virou até gancho de campanha publicitária da Netflix recentemente, para divulgar o documentário sobre Vini Jr.
Em 2018, Vini não tinha lugar cativo entre os titulares do Flamengo. Tanto que entrou no segundo tempo, no lugar de Everton Ribeiro, para mudar a história do jogo.
Os dois belos gols — especialmente o primeiro — foram um resumo do que Vini poderia ser no futuro.
A comemoração mais marcante só aconteceu por causa de um companheiro de ataque, Henrique Dourado. E sem ceifada.
Era um jogo que estava bastante difícil para nós, jogo tenso e quando o Vinicius Jr. entra, muda a partida. Daí, quando ele faz o gol, a torcida dos caras jogou um monte de objetos para nos acertar, na mesma hora que vi o óculos perto de nós, eu me agacho e pego para colocar no rosto dele. Daí saem aquelas fotos que todos falam até hoje. Eu peguei de zoação, em resposta ao que arremessaram, deu certo e viralizou. A gente já sabia que ele era diferenciado, um craque mesmo.
Henrique Dourado, ao UOL
É dia de Vini na seleção?
Os estádios são diferentes, mas a cidade é a mesma. O Brasil hoje joga no Monumental Isidro Romero Carbo. O primeiro show de Vini em Guayaquil foi no George Capwell.
De qualquer forma, o duelo com o Equador é uma espécie de recomeço na seleção para Vini Jr.
Se até agora foi cobrado por não ter repetido pelo Brasil o nível de atuações do Real Madrid, ele vê à beira do campo o técnico que melhor fez florescer o talento do brasileiro em campo.
Ancelotti reconhece a conexão e se coloca como uma figura capaz de extrair o melhor do atacante na seleção.
"É um jogador muito, muito importante. Não sei se ainda fez seu melhor para ter sua melhor versão na seleção, mas creio que tem tempo para fazer isso e vai ter a melhor versão, como faz no Real Madrid. É um jogador fundamental, não tem discussão nisso. Um jogador que sempre cumpre, fundamental pelas características que tem. Desequilibra em todos os momentos. Vamos trabalhar para ter sua melhor versão aqui", disse o treinador.
Vini deve ter como parceiros de ataque o jovem Estêvão e Richarlison. Com chefe novo na seleção, tem muito mais gente querendo mostrar serviço e sair bem na foto. Mesmo que não tenha óculos desta vez.