Atleta do Talleres chora e acusa Bobadilla de xenofobia em jogo no Morumbis

O lateral esquerdo venezuelano Navarro, do Talleres, chorou no gramado do Morumbis após discussão com o meia paraguaio Bobadilla, do São Paulo, durante partida da Libertadores. Navarro acusou o adversário de xenofobia.
O que aconteceu
"Venezuelano morto de fome", disse Bobadilla, segundo Navarro falou na zona mista do Morumbis.
Inicialmente, na saída do campo, o jogador da equipe argentina não quis falar sobre o assunto, mas disse que se sentiu ofendido e que o atleta do Tricolor "sabe o que disse".
Não quero falar disso. Não quero falar de nada, quero ir para casa. Sim, Bobadilla. Ele sabe o que disse. Me ofendeu. Navarro, à ESPN
Mais tarde, ele fez post nos stories do Instagram para acusar Bobadilla de xenofobia: "irei até as últimas instâncias".
Gostaria de ter a solução para a fome no meu país em minhas mãos. Espero que Deus me dê muitas coisas para ajudar. Não creio que haja muito que se possa fazer em relação à pobreza mental.
Nunca terei vergonha das minhas raízes, irei até as últimas instâncias diante do ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil pelas mãos de Damián Bobadilla. No futebol não há espaço para discursos de ódio. Navarro
O caso aconteceu aos 41 minutos da segunda etapa. Navarro chorou muito e foi consolado por companheiros do Talleres e alguns atletas do São Paulo.
O jogador prestou depoimento dentro do estádio, voltou a chorar e depois foi para o Jecrim (Juizado Especial Criminal) do Morumbis. Ele deixou o local em lágrimas.
A Polícia Militar procurou Bobadilla no vestiário do São Paulo para depor, mas ele já tinha ido embora.
O São Paulo disse que não vai se posicionar até o caso ser apurado.
O treinador do Talleres disse em coletiva que Navarro sofreu "discriminação" na partida.
Há muita ênfase nesta competição em conscientizar sobre a discriminação, e tivemos um jogador que foi discriminado hoje. Navarro e eu ouvimos comentários ofensivos sobre nossa origem. Acreditamos que isso não pode ser ignorado. Em um lugar onde se insinua ou se alardeia receber tantos atos discriminatórios, ficamos profundamente magoados em ver um jogador sofrendo esse tipo de agressão. Mariano Levisman